[Palavras sobre palavras] O Brasil e a Leitura em 2012

É como sempre digo: alentar a leitura é um trabalho presente onde devemos nos impôr, não só falar e refletir sobre o assunto. Visando mudar os números alarmantes que rondam o mercado editorial do país (1,3 livros lidos em média anual para cada brasileiro, enquanto nos Estados Unidos a média é de 10 livros por ano), o governo federal afirmou que irá exercer uma série de projetos culturais ao longo deste ano, com ênfase no estímulo à leitura.

Neste primeiro semestre, teremos o projeto Livro Popular sendo colocado em prática, a ideia é que medidas proporcionem uma queda nos preços dos livros, para que girem em torno de R$10; o que envolverá editoras, parcerias com os governos federal e estadual e também bibliotecas. Até o final de Janeiro, o texto seguirá para o Palácio do Planalto. Isso seria um grande avanço para nós, leitores mais assíduos, que brigamos e pechinchamos tanto por promoções de site em site. Além do estímulo por livros mais em conta, traria de volta não só o centro de vendas para as livrarias como diminuiria os índices da pirataria online.

Outro projeto também planeja a construção de 400 praças de esporte e cultura em todo o Brasil, aproximando crianças, jovens e adolescentes de comunidades carentes do hábito de ler, já que não podem com tanta facilidade frequentar livrarias. Com isso, mais e mais classes sociais terão acesso e oportunidade para se apaixonar pelos livros e pelo prazer de lê-los, sem falar em quantas vidas seriam poupadas do comércio e do uso das drogas e das criminalidades em geral, quando ocupadas com algo tão proveitoso.

Um programa que está ativo desde 2010 é o Agentes de Leitura, que fomenta o costume da leitura por meio de pessoas de 18 a 29 anos, que recebem uma bolsa de R$350 mensais durante um ano, além de um kit contendo mochilas, livros, bicicleta e uniforme. Sua função é democratizar o acesso aos livros e formar novos leitores, por meio de rodas de leitura, visitas em domicílio, empréstimos de livros, narração de histórias, saraus literários e clubes do livro, com atendimento só no seu ano inicial a mais de 200 mil famílias, a grande maioria proveniente do Bolsa Família.

Porém não só de planejamentos lúcidos e unanimemente apoiados pela população se estabelece a posição do Estado sobre a leitura. O programa de redução de penas por meio da leitura inicia a proposta onde o Ministério da Justiça já comprou 816 livros para as bibliotecas carcerárias dos presídios de segurança máxima de Campo Grande (MS), Mossoró (RN), Catanduvas (PR) e Porto Velho (RO), lugares onde estão recolhidos prisioneiros de maior periculosidade das nossas terras tupiniquins, como o traficante carioca Fernandinho Beiramar. A cada livro lido e (pasmem!) resenhado, o detento abaterá 3 dias de sua pena. A lista de livros adquiridos inclui por exemplo, os quatro livros da saga "Crepúsculo" de Stephenie Meyer e "A História de Lula: O Filho do Brasil", de Denise Paraná.

Evidentemente há de se ver que, do inspirador ao duvidoso, estamos mergulhados até o cocuruto em águas que prometem dar muito o que falar neste quesito em 2012. Isso é para mostrar que nossas autoridades não estão com os olhos brilhando somente para Olimpíadas e Copas do Mundo, a Educação é sim um índice de necessidade e atenção, que vem melhorando na medida do possível e como leu acima, as ações estão cada vez mais surtindo efeito e sendo colocadas em prática. Aguardaremos o cumprimento desses projetos e sua eficácia, viu Dona Dilma, ansiando as visitas e as opiniões de nossos novos leitores que se juntaram e juntarão a nós por meio desses e de outros prospectos. Considerem-se muito bem-vindos!