Pintura de Eastman Johnson (1824-1906). |
Talvez a história não lhe seja estranha e você a conheça apenas por "A Menina e o Porquinho". Em 2006, alguns pais em uma escola do Kansas, EUA, decidiram que "animais falantes são blasfemos e anormais" e passagens onde a aranha morre também foram criticadas como sendo "assunto inapropriado para um livro infantil". De acordo com um grupo de pais o cerne da questão fora que "humanos são o nível mais brilhante da criação de Deus e as únicas criaturas que podem se comunicar vocalmente. Mostrar formas de vidas inferiores com habilidades humanas é um sacrilégio e desrespeito com Deus."
Considerado extraordinariamente profético, o magnum opus de Huxley contém o enredo distópico futurista com a inexistência de paixão e religião, onde um Estado científico totalitário zela por todos os seres humanos, a vida é pré-estabelecida desde a maternidade, drogas são convenientemente distribuídas; família, monogamia, privacidade e pensamento criativo constituem crime e os conceitos de "pai" e "mãe" são meramente históricos. Em 1980, foi retirado das salas de aula de Miller, Missouri, por "fazer com que sexo promiscuo parecesse divertido". Já em 1993, um grupo de pais tentou banir o livro em Corona-Norco, California, porque "focava na negatividade".
3. Maurice Sendak - Onde Vivem os Monstros
A pirraça do protagonista Max foi considerada um comportamento perigoso e Sendak foi acusado de glorificar a raiva do garoto, levando psicólogos a condenar a história como "muito sombria e assustadora". Em março de 1969, em uma coluna da revista Ladies' Home Journal, o psicólogo infantil Bruno Bettelheim chamou a obra de "psicologicamente prejudicial para aqueles entre 3 e 4 anos". Ele concluiu que a ideia de que a mãe privaria a criança de comida era "uma forma inadequada de punição, e que iria traumatizar os jovens leitores". Assim, o livro fora banido fortemente pela América do Sul e bibliotecas dos Estados Unidos nos primeiros anos após seu lançamento. Ao longo do tempo, também foi contestado por ilustrações consideradas promotoras de bruxaria e elementos sobrenaturais.
3. Maurice Sendak - Onde Vivem os Monstros
A pirraça do protagonista Max foi considerada um comportamento perigoso e Sendak foi acusado de glorificar a raiva do garoto, levando psicólogos a condenar a história como "muito sombria e assustadora". Em março de 1969, em uma coluna da revista Ladies' Home Journal, o psicólogo infantil Bruno Bettelheim chamou a obra de "psicologicamente prejudicial para aqueles entre 3 e 4 anos". Ele concluiu que a ideia de que a mãe privaria a criança de comida era "uma forma inadequada de punição, e que iria traumatizar os jovens leitores". Assim, o livro fora banido fortemente pela América do Sul e bibliotecas dos Estados Unidos nos primeiros anos após seu lançamento. Ao longo do tempo, também foi contestado por ilustrações consideradas promotoras de bruxaria e elementos sobrenaturais.
Na rígida comunidade puritana de Boston do século XVII, a jovem Hester Prynne tem uma relação adúltera que termina com o nascimento de uma criança ilegítima. Desonrada e renegada publicamente, ela é obrigada a levar sempre a letra “A” de adúltera bordada em seu peito. A obra tem sido contestada pela questão sexual, sendo chamada de "pornográfica" e "obscena" - embora não haja cenas de sexo em todo o livro, tampouco linguagem que o insinue de qualquer maneira.
5. Shel Silverstein - A Light In The Attic (Uma Luz No Sótão)
Tal coleção de poemas do autor vem sendo criticada desde 1985, quando críticos da Escola Cunningham de Ensino Fundamental em Beloit, Wisconsin, disseram que o texto encorajava as crianças "a quebrarem pratos para que não precisassem lavá-los".
6. L. Frank Baum - O Mágico de Oz
Ministros e educadores contestavam-no por sua "ímpia" influência e por retratar mulheres em fortes papéis de liderança. Eles eram opostos não só a sua leitura para crianças, mas adultos também, a fim de que não enfraquecessem "os papéis da cada gênero por longa data". Em 1957, o diretor da Biblioteca Pública de Detroit, USA, baniu-o por "não possuir valor" para as crianças da época, apoiar o "negativismo" e "levar jovens mentes a níveis covardes". Em um dos mais notáveis casos de censuras á literatura, sete famílias cristãs fundamentalistas do Tennessee se opuseram à inclusão do texto no programa de estudos da escola pública local e entraram com uma ação em 1986 baseada na representação de bruxas boas e na promoção da crença de que os atributos humanos essenciais foram "individualmente desenvolvidos, ao invés de dados por Deus". Sob a acusação de incluir bruxas boas na história, argumentaram que "todas elas são más, logo é teologicamente impossível bruxas boas existirem". A obra também tem sido usado no espectro político, onde alguns afirmam que essa "promove valores socialistas e marxistas, graças à sua aparente falta de uma presença divina".
7. Herman Melville - Moby Dick
Em mais um para se refletir, uma escola de distrito no Texas baniu o livro das listas em suas aulas de Inglês Avançado por "entrar em conflito com os valores da comunidade" em 1996.
7. Herman Melville - Moby Dick
Em mais um para se refletir, uma escola de distrito no Texas baniu o livro das listas em suas aulas de Inglês Avançado por "entrar em conflito com os valores da comunidade" em 1996.
8. Garth Williams - The Rabbits’ Wedding (O Casamento dos Coelhos)
Na história de Williams, uma coelha de pelo branco celebra um casamento com um de pelagem negra - um enredo que não agradou certas pessoas no Alabama, EUA. Seu sistema bibliotecário removeu a obra, pois acreditava-se que "estava atacando as políticas segregatícias".
Na história de Williams, uma coelha de pelo branco celebra um casamento com um de pelagem negra - um enredo que não agradou certas pessoas no Alabama, EUA. Seu sistema bibliotecário removeu a obra, pois acreditava-se que "estava atacando as políticas segregatícias".
Os problemas com os censuradores são a morte fazer parte do enredo, o uso da palavra "Senhor" pelo personagem Jess fora de uma oração, a "linguagem ofensiva" e afirmarem que o livro promove um humanismo secular, religiões da Nova Era, ocultismo e satanismo. Alguns críticos também argumentaram que Leslie não é uma boa personagem-modelo simplesmente porque não frequenta a igreja.
10. A Árvore Generosa - Shel Silverstein
A fábula fala da árvore generosa em uma questão de amizade, consciência ecológica e passagem para a vida adulta. Os estreitos laços que aproximam o menino e a árvore transformam-se, pouco a pouco, em distância e silêncio. Ela sempre acolhe e oferta; ele tudo pede e retira. A árvore propõe uma relação de troca sincera e desinteressada - essa que o menino parece desaprender quando vira homem. Pode-se imaginar o que ocorreu à ela. Suas controvérsias surgem a partir do debate de sua interpretação: "Foi altruísmo ou auto-sacrifício por parte da árvore? O menino era egoísta ou razoável em suas exigências?" Certos psicólogos afirmam que a obra retrata uma "relação viciosa e unilateral" entre a árvore e o garoto, onde aquela era uma doadora abnegada e o garoto, uma pessoa gananciosa que sempre toma, sem nunca oferecer.
11. Sylvia Plath - A Redoma de Vidro
Dois anos antes de suicidar-se em 1963, a poeta Sylvia Plath elaborou esse romance sobre uma mulher - no fundo, ela mesma - que vai perdendo o senso até que sobra só um surrealista e vazio senso comum. No final da década de 70, a obra foi censurada por não só sua "profanidade e sexualidade", como também por sua "rejeição explícita ao papel da mulher como esposa e mãe".
12. Mary O'Hara - A Minha Amiga Flicka
Fora contestado pelo fato de uma cadela ter sido chamada de "vadia" no texto.
Um dos romances mais aclamados de todos os tempos, conta a história de duas crianças no árido terreno sulista norte-americano da Grande Depressão no início dos anos 1930. Sua censura provém da Escola Distrital Vernon-Verona-Sherrill em 1980, em Nova Iorque, quando a caracterizaram como uma obra "suja e desprezível". Banido também da lista de leituras de Inglês Avançado em Lindale, Texas, foi taxado como um livro "conflituoso com os valores da comunidade".
Em 1931 foi banido pelo governador da Província Hunan da China sob o pretexto de que "animais não deveriam usar a linguagem humana" e que era "desastroso colocá-los no mesmo nível que os seres humanos".
O autor transmite a revolta e indignação ao apresentar em detalhes o comércio "legal" de seres humanos e a forma bruta e selvagem com que os senhores tratavam os negros a fim de obterem mais lucros em suas propriedades. Prósperos donos de plantações tiveram certa influência na censura do livro devido aos seus temas abolicionistas. Surpreendentemente, eles não foram os únicos pensando de tal maneira. O governo czarista na Rússia fez a mesma objeção, pois o livro "debilitava ideais religiosos apresentando um modelo de igualdade".
Lembro que o intuito deste blog é total e exclusivamente discutir a coerência - ou a falta dela - em tais censuras e banimentos, sendo o mesmo de caráter laico e religiosamente imparcial. O LLM também não se responsabiliza pelas opiniões e dicções acima, sendo-as propriedade total de seus emissores, tendo como papel tão somente traduzi-las e transmiti-las ao público.
Fonte: BuzzFeed
Incrível como "Admirável mundo novo" parece descrever nossa sociedade atual. Sem privacidade e sem limites para promiscuidade. Além disso, não sabia que A teia de Charlotte é o nome 'original' de A menina e o porquinho rs
ResponderExcluirAcho que o livro que mais me deixou surpresa foi O Mágico de Oz, realmente não fazia ideia! Os outros livros, bom... Até que fazem sentido, considerando a mentalidade de suas respectivas épocas e até O Mágico de Oz faz sentido, mas realmente me deixou surpresa, já que vi o filme atualmente e sei a história e em nada tinha me abalado, aí eu fiquei: séeeeerio? UHAUHAUAHUHA
ResponderExcluirMuuuuuuuuuuuuuuito genial a ideia do post!
Aprovadíssimo
Não é? Se eu já tinha qualquer interesse por tal livro, agora preciso lê-lo o quanto antes! Também não sabia que "A Teia de Charlotte" era o nome original, mas confesso que fiquei feliz, pois ela sempre foi minha personagem favorita ;D
ResponderExcluirObrigado por sempre passar por aqui, Julia, um beijo e volte sempre!
Oi, May!
ResponderExcluirFiquei cada vez mais surpreso com as justificativas dos banimentos, principalmente se considerarmos que nem todos são datados tão longínquos assim, como o caso de "Moby Dick" em 96. Enfim, ainda acredito que não há justificativa coerente para quaisquer censuras. Fico feliz que tenha gostado do post e que sempre deixa sua opinião por aqui, um beijão!
Puxa, e pensar que esses (assim como outros) livros tão bons foram banidos :S Triste pensar que tantas pessoas foram privadas de histórias maravilhosas :/ E hoje não é muito diferente; não que tais histórias sejam banidas atualmente (ou são e a gente não sabe? O.o), mas acredito que uma forma de privar os leitores são os preços dos livros :/ Espero que isso mude com o tempo.
ResponderExcluirAmei o post *-*
Beijinhos
Isabelle - http://attraverso-le-pagine.blogspot.com.br