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Um artigo muito interessante que descobri, publicado originalmente na Folha de São Paulo em 21 de fevereiro de 1999, intitula-se "Leitura tem que começar aos 10 anos", escrito pela Daniela Falcão. Leia-o a seguir e tire suas próprias conclusões para termos um bom embasamento nos comentários:
Crianças que nunca ouviram histórias ou que não desenvolveram o hábito de leitura até os 10 anos perdem a chance de "enriquecer" as áreas do cérebro ligadas à linguagem e ao controle das emoções. Embora parte da capacidade cerebral de uma criança já esteja determinada na hora que ela nasce, o ambiente em que vive nos primeiros anos contribui decisivamente na formação e manutenção das conexões entre os neurônios. Ou seja, embora a inteligência da criança seja parcialmente determinada ao nascer, as experiências a que é submetida nos primeiros anos indicarão quanto desse potencial será utilizado.
"Quanto mais a criança for exposta à linguagem falada, escrita, lida ou cantada, maior será sua capacidade verbal e oral ao crescer. Pais que leem ou contam histórias aos filhos que ainda não sabem ler também influenciam positivamente a capacidade da criança de administrar suas emoções", diz o neurocirurgião Elson de Araújo Montagno, doutor em medicina pela Universidade de Berlim.
A formação das conexões entre os neurônios ocorre das primeiras semanas de gestação até os 10 anos, quanto parte delas (as que não foram utilizadas) são eliminadas. Para cada habilidade (raciocínio matemático, visão, linguagem, etc.) há um período específico em que as ligações entre os neurônios se formam. Esse período é chamado de "janela da oportunidade". A janela da linguagem dura do nascimento aos 10 anos. Crianças que só adquirem o hábito de ler após essa idade perdem a melhor oportunidade de maximizar o potencial cerebral com que nascem.
"É um crime privar a criança da leitura entre 6 e 10 anos. Na verdade, antes mesmo de começarem a falar os pais devem ler ou contar estórias aos filhos", diz Montagno. O neurocirurgião recomenda que os pais transformem o hábito de ler em algo prazeroso. "Se a leitura passar a ser uma diversão na família, a criança terá muito mais facilidade em aprender e se concentrar quando estiver na escola."
Para que a leitura beneficie o desenvolvimento cerebral de uma criança ela deve se tornar um hábito. Mas não é preciso estipular um número mínimo de livros que a criança deve ler a cada ano. "Cada criança tem seu próprio ritmo. O importante é que ela leia sempre, independentemente da quantidade de livros. Os que estão se alfabetizando gosta de ler a mesma estória várias vezes, até memorizar. Esse é um ótimo exercício", diz.
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Apesar de ser um pouco leigo nas conexões entre ciência e pedagogia, creio fielmente que a leitura deve ser uma prática construída desde os primeiros anos de idade. E isso não se priva à leitura em si, contudo, como Montagno ressaltou, em haver esta dinâmica familiar em prol da leitura. Os pais são os primeiros exemplos que a criança têm, será neles que ela espelhará seu modo de ser e adaptará conforme à própria personalidade, logo, pais que não leem são filhos que não leem. Tal quadro pode ser alterado conforme a criança amadurece e está proposta a receber novos exemplos da sociedade; exemplos que apreciem a leitura, entretanto, a facilidade com que isso poderia ocorrer não existirá. É muito mais difícil criar esse hábito em um adolescente, um jovem ou até mesmo um adulto que não lê do que em uma criança, nas dezenas de etapas que é possível ser feito nesses primeiros anos de vida. Convivi com isso em meu Ensino Médio, em que a única pessoa a ter uma leitura assídua em minha sala de aula era eu. Com o tempo, comecei a incentivar o meu círculo de amigos, emprestando livros, indicando o empréstimo de outros na biblioteca e a compra de obras que mais se apropriavam ao gosto de cada um. No início foi desproposital, pois eu lia em todo tempo vago que possuía; antes, durante e depois das aulas, o que despertou a curiosidade neles e é exatamente o tratamento que o doutor recomenda para os pais terem. Tive a sorte de ter uma mãe professora e não me faltaram livros para ler e exemplos a serem seguidos. Em um país onde ler é costume de poucos e com as diversas formas de entretenimento que estouram a todo momento, como podemos ser e dar origem à gerações que mantenham a leitura como um comportamento comum, saudável e para todas as faixas etárias?
Adore!
ResponderExcluirAcho que comecei a ler de verdade com 11 anos e nunca mais parei!
Beijos
Rizia- Livroterapias
http://livroterapias.blogspot.com.br/
Minha mãe sempre gostou muito de ler, então era normal eu vê-la desde pequena lendo algum livro, como toda criança deseja ser como seus pais, eu era doida para aprender a ler para ler como ela, meus pais compravam livros de conto de fadas e revistinhas e liam para minha irmã e para mim.
ResponderExcluirQuando aprendi a ler, com 6 anos, ela começou a me levar na biblioteca, onde ela podia pegar dois livros, ela pegava um livro para ela e uma semana eu pegava um livro para mim e na outra minha irmã pegava um livro para ela, isso até a gente fazer nossas carteirinhas.
Me tornei uma leitora fanática, lia até bula de remédio e rótulo de shampoo se não tinha nada para ler, eu achava simplesmente um absurdo, algo que não entrava na minha cabeça quando eu estava no ginásio e chegava no final do ano e a professora perguntava quantos livros cada um tinha lido, tinha gente que falava 1, 3 ou nenhum, na minha hora eu me desesperava, porque eu realmente não tinha conta, eu pegava dois livros por semana para ler, então não fazia ideia de quantos livros tinha lido em um ano.
Hoje em, dia eu trabalho em uma creche como educadora, trabalho com crianças entre 2 e 4 anos e a hora preferida das crianças é o momento da leitura, é a única forma de eles ficarem sentados quietinhos prestando atenção em uma única coisa (nem na hora dos filmes eles ficam assim) e as vezes eu coloco uma das crianças para contar a historia, eles ainda não sabem ler, mas de tanto contarmos as historias eles adoram pegar o livro e inventar historias com as figuras.
Acho que os pais que leem para seus filhos só tem a ganhar, a leitura estimula a inteligência e a criatividade.
Comentário inspirador só pelo tamanho, Mione! Foi exatamente disso que falamos, de como os pais nos influenciam e servem de modelos, principalmente no que diz respeito à leitura. Comecei a ler muitíssimo cedo, mais ou menos quando aprendi a falar, eu passava de ônibus e lia os nomes das lojas, logotipos, tudo que aparecia pela frente, porém minha relação com os livros foi mais tarde. Ótimo trabalho com as crianças, elas têm sorte de ter pelo menos alguém preocupado com seu futuro com os livros por perto. Obrigado por comentar, volte sempre e um beijo (:
ResponderExcluirQue bacana, Rízia!
ResponderExcluirPara mim se começar a ler desde a barriga da mãe, escutando-a contar histórias. Acostumei meus filhos desde muito pequenos a ler, mesmo que no início eles só olhassem as figuras. Também procurei escolas que incentivasse o hábito. Hoje estão com 9 e 7 anos e leem sem eu pedir.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Para mim não tem idade certa para começar a ler, eu comecei a ler livros mesmo começo do ano passado, que por ai começou o amor pela leitura.
ResponderExcluirhttp://leituramagnifica.blogspot.com.br/
Acredito que a a paixão pela leitura não acontece em uma idade especifica, mas também acredito que o hábito de leitura desenvolvido logo cedo, ou por influência dos pais ou por curiosidade mesmo pode gerar um futuro leitor.
ResponderExcluirhttp://labirintoimaginario.blogspot.com.br/