Não dei muita atenção e o tempo passo. Depois de ler “Sussurro”, fui à escassa biblioteca do meu colégio e acabei achando um exemplar deste livro de Douglas Adams, juntamente com todos os outros quatro da saga de cinco. Extasiado pela descoberta de um livro conhecido naquele lugar, peguei-o e o devorei em três dias. E NADA ocorreu como o esperado.
O livro começa contando a manhã de Arthur Dent, um homem de 30 anos na Inglaterra, que estava tendo um grande problema: a prefeitura de sua cidade queria demolir sua casa para construir um desvio. Depois vem um novo capítulo falando de Ford Prefect (repare no nome), um extraterrestre com aparência humana que há 15 anos foi deixado em nosso planeta. E então conhecemos Zaphod Beeblebrox (superepare no nome), o presidente do Governo Imperial Galáctico que, mesmo tendo duas cabeças e um terceiro braço robótico, tem pouca coisa interessante para falar, e acaba roubando a nave Coração de Ouro, o mais novo e moderno meio de transporte da galáxia, capaz de viajar por todos os pontos do Universo.
Então uma raça alien chama “vogon” vem à Terra para destruí-la por meio de obras espaciais (irônico, não?), e só Ford tem a consciência do que está acontecendo, e acaba por salvar Arthur fugindo com ele para dentro de uma nave vogon. Eles são descobertos e expelidos da nave para o vácuo de Universo, e poucos antes de morrerem são capturados por acidente pela nave Coração de Ouro. Eles, Zaphod, sua amiga Trillian e seu robô-depressivo Marvin encontram inesperadamente o planeta Magrathea, que antigamente construía planetas por encomenda, mas que acabou falindo tornando-se um mito, uma lenda em todo Universo. E lá eles encontram o que não esperavam e pior, o que pode fazer alguém perder um cérebro.
Don't Panic" ("Não entre em pânico") Um dos bordões mais famosos da série. |
A leitura é cheia de altos e baixos em questão de estímulo ao leitor, e bem confusa também pelo seguinte: o autor joga sobre nós toda aquela cultura alienígena desconhecida. Posso claramente comparar isso a alguém tentando enfiar na sua cabeça tudo sobre Star Wars, Star Trek e Senhor dos Anéis de uma só vez e depois cobra de você, como se a “vítima” tivesse a obrigação de saber de tudo assim, em um estalar de dedos. Ele nos enche de nomes complicados, histórias antigas sem sentido, até receitas de drinks exóticos.
Era constituído basicamente de engenheiros e pesquisadores que haviam construído a nave Coração de Ouro – humanóides em sua maioria, mas havia um ou outro atomeiro reptiloide, dois ou três maximegalactianos verdes sifoides, um ou dois fissucturalistas octópodes e um Huluvu (o Huluvu é uma tonalidade de azul superinteligente). Todos com exceção do Huluvu, trajavam jalecos de laboratório de gala, multicoloridos e resplandecentes; o Huluvu fora temporariamente refratado num prisma capaz de ficar em pé, especialmente para a ocasião.
-Sujeito encantador – disse ele. – Gostaria de ter uma filha, só pra proibir que ela se casasse com um deles...
-Não seria preciso – disse Ford. – Os vogons tem menos sex appeal que um desastre de carro.
-Não, não se mexa – acrescentou Arthur começou a se esticar – É melhor ficar assim mesmo para se preparar pra entrar no hiperespaço. É uma sensação desagradável, como uma bebida.
-O que há de desagradável em uma bebida?
-Pergunte como um copo d’água se sente.
Douglas Adams |
Douglas Adams criou um sucesso, mas que infelizmente não me convenceu. Quem gosta de nomes complicadíssimos, extensas e complicadas culturas extraterrestres e críticas humorísticas aos governos e tudo mais, pode ser uma boa pedida. A falta de objetivo dos personagens me irritou um pouco, porque tudo era muito confuso. Para explicar o tal objetivo, voltava-se no tempo há histórias alienígenas de pouco sentido, e acabam por descobrir que o que querem afinal é descobrir a Pergunta da Vida, a Questão Universal por meio de um computador antigo que respondia qualquer pergunta, que “hibernou” por milhões de anos para responder a pergunta, e sua resposta foi... 42. Uma total desesperança para aqueles que esperavam ávidos por uma resposta conclusiva, mas entenderam que antes não haviam feito a pergunta exatamente, e os ratos – criaturas superinteligentes que vieram ao nosso planeta para fazer “experimentos” conosco – descobriram que a tal pergunta estava no cérebro de Arthur Dent, meio embaçada, e queriam tirar seu cérebro para descobrir qual era, o que o irritou muito (quem não se irritaria?!).O Guia do Mochileiro das Galáxias faz algumas afirmações a respeito das toalhas.
Segundo ele, a toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos.
Eles acabaram fugindo de Magrathea, com medo dos ratos e da população que queria o último cérebro humano, o de Arthur. O autor desenvolve na obra uma sátira, uma crítica à sociedade, e principalmente à política, o que é bem bacana para um livro de ficção.A leitura em si é fácil, tirando esse “probleminha” citado acima. A todo momento, os capítulos são interrompidos por explicações do Guia do Mochileiro das Galáxias, que explica termos e histórias interestelares. O que não se pode negar é o humor do qual o autor utiliza brilhantemente nos personagens.
Título: O Guia do Mochileiro das Galáxias
Autor: Douglas Adams
Editora: Sextante
Número de Páginas: 156
Avaliação: 2,5 de 5.
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Como sempre, resenha ótima e super completa :D
ResponderExcluirE eu sei o sufoco que vc passou para arrumar o texto, UAUHUA, sem querer vi a postagem aqui no blog, e aí, quando ia comentar, falaram que a página não existia mais, xD
Ainda bem que conseguiram ajeitar, agora tá show =)
OBS: antes tinha achado a resenha confusa, ta explicado o motivo né? haha
De qualquer forma, pelo que vc falou do livro, não seria o tipo de livro que eu leria... acho que não é o meu estilo. No entanto, achei super legal esse negócio do dia da toalha, e pensando bem, ela realmente é muito útil :D
No dia que minha amiga me mostrou o livro, era exatamente o dia da toalha, legal né?
Enfim, parabéns pela resenha :D
Não sei se compraria este livro para ler. Ele não me agradou muito pela resenha. Porém, me diverti muito com o que disse sobre o mesmo. ;)
ResponderExcluirClaro, leria sim, caso surgisse uma oportunidade, só para formar minha opinião sobre o livro. Mas como disse, não compraria-o apenas por este motivo! ;)
Beijinhos,
BOM CARNAVAL!!!
Ah, eu comprei a coleção no Submarino! Nem acho esses livros em bibliotecas...
ResponderExcluirEu gostei do livro, li os dois primeiros. Aí dei uma parada pra refrescar a cabeça, pois de fato, são muitos nomes, lugares, etc. O humor sarcástico do livro é que dá uma leveza!
Li só os dois primeiros, e to achando uma ótima série. =)
ResponderExcluirTem sim seu lado meio trash, que pode ser um tanto estranho de início.
Mas o humor cativa e, depois de algum tempo, nos acostumamos melhor com o estilo do autor.
Recomendo dar uma nova chance. =P
Da primeira vez que ouvi falar desse livro não me entusiasmei muito. O título não me chamou nem um pouquinho a atenção, e com tudo o que você falou acho que não o lerei tão cedo. rsrs
ResponderExcluirBibliotecas de escola dificilmente possuem livros bons, a maioria é só para estudar mesmo. Ainda mais em colégios públicos. =(
Robledo, também adoro esses memes. xD
Agora eu entendo o que você está passando com os selos. Recebi vários e vou demorar um pouquinho até poder colocar lá no blog.
Bjss*
Gabi Lima
livro, filme e cia
Olá
ResponderExcluirTem indicação de selinho para você lá no blog!!!
É só acessar:
www.prateleiradecima.com.br
Olá!
ResponderExcluirEngraçado, a pouco tempo não escutava nada sobre esse livro, porém, nos últimos 3 meses recebi umas 5 sugestões sobre a série. Tenho interesse em ler e em compra-los, só falta um tanto de tempo e dinheiro. Estou com uma pilha de livros para ler em atraso.
Ótima resenha e adorei o blog, voltarei sempre.
Beijo
Thai
Gosto muito do seu estilo em escrever resenhas. Parece um livro meio doidinho mesmo, mas a resenha está ótima.
ResponderExcluirBjs, Iza
Caderno de Resenhas
Uau! Eu só li até o segundo volume, pois ainda não comprei o terceiro, mas espero continuar a leitura da série. E sinceramente tive raiva no 2 volume, pois é difícil lembrar de tudo que ocorreu no primeiro livro. Mas é legal quando se dedica a leitura.
ResponderExcluirAdorei a resenha e até...
Eu de novo.
ResponderExcluirNesse caso, é um livro que gostei muito rs
Acho que tudo o que você criticou foi justamente a graça que achei no livro! Não é um livro comum, contado como estamos acostumados, é uma loucura só. Você não iria resistir até o fim da série, porque daí pra frente só "piora", com direito a viagens no tempo e deuses nórdicos o.O
A falta de objetivo continua durante a série toda, é só uma sequência de coisas loucas que acontecem com os protagonistas sem que eles tenham o menor controle. Isso só muda quando o Douglas Adams morre e o Eoin Colfer assume a série.
Mas gosto é gosto, né? :-)
Depois de dar um passeio pelos 4 cantos do universo em uma nave movida por um Gerador de Improbabilidade Infinita, conheci o presidente da galáxia que serve apenas para distrair a atenção das pessoas do poder, Fui as profundezas do planeta Magrathea conhecer a fabrica de Planetas, descobri que a terra foi encomendada pelos ratos, as criaturas mais inteligente do planeta ficando a frente dos golfinhos que sabiam quando a terra ia ser demolida pelos vogons para construção de uma estrada interestelar e gastaram todas as suas vidas tentando avisar aos seres humanos. Agora entendo porque Douglas Adams escreveu o livro mais vendido da galáxia, não só pq é ligeiramente barato e tem na capa escritas em letras garrafais e amigáveis "Não entre em pânico" mas porque suas histórias são bem loucas... Tenho todos os livros, muito bom!
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