segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

[Resenha] Emily Brontë - O morro dos ventos uivantes

Emily Brontë pertenceu a uma das famílias mais notórias da literatura universal. Irmã das memoráveis Anne e Charlotte Brontë, Emily imortalizou-se na história da produção artística inglesa por meio de seu único romance, O morro dos ventos uivantes. Algumas pessoas referem-se ao livro como a obra favorita de Bella Swan, da saga Crepúsculo; outros propõem-se a fazer análises psiquiátricas das personagens criadas por Emily; há ainda os que derramem lágrimas e mais lágrimas ao menor contato com os parágrafos poéticos da autora. Em todo caso, veredas diferentes convergem: O morro dos ventos uivantes consagrou-se como um clássico da produção literária da humanidade, chamando a atenção de estudiosos, curiosos e leitores.

Entretanto, parece-me que a maioria esmagadora das pessoas tem uma impressão errônea acerca do livro. É provável que você retire essa publicação da sua estante em busca de uma história de amor arrebatadora, repleta de carícias sedentas e interstícios de poesia carnal. Essas imagens e associações foram criadas no imaginário coletivo sabe-se lá por que motivo, e é precisamente a presença delas que pode tornar a leitura de O morro dos ventos uivantes uma experiência um pouco decepcionante. Os famosos Heathcliff e Catherine não são a versão setecentista de Romeu e Julieta. Mais do que uma história de paixão, o romance de Emily é uma parábola sobre o ódio, a vingança, a insanidade e a transcendência - tudo isso conectado, com certa sutileza, ao amor.
Um beliscão poderia aniquilá-lo! Mas pela sua cara verá que recebeu seu quinhão! Uma noite fi-lo descer... foi anteontem... instalei-o simplesmente sobre uma cadeira e não mais o toquei. Despedi Hareton e ficamos sozinhos no quarto. Ao fim de duas horas, chamei Joseph para levá-lo de novo para cima. Desde então minha presença produz sobre seus nervos o efeito da aparição de um fantasma e creio que ele me vê muitas vezes, mesmo quando não estou presente. Hareton diz que ele acorda sobressaltado no meio da noite, chorando durante horas e chamando-a para protegê-lo contra mim.
O enredo desenrola-se a partir do cotidiano d'O Morro dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights) e de Trushcross Grange, duas propriedades localizadas no que Emily Brontë descreve como um perfeito paraíso misantropo. A amizade de infância de Catherine e Heathcliff pouco a pouco volve-se em um amor cuja concretização é impedida por diferenças de classe social, e é esse empecilho que garante ao livro o seu caráter gótico e sombrio. Heathcliff torna-se uma criatura irascível, um homem disposto a vingar-se de todos aqueles que impediram a realização do seu sonho apaixonado. Sua obstinação beira a insanidade.

A partir de uma sinopse dessa espécie, os holofotes direcionam-se muito mais às consequências e minúcias da vingança do que ao amor em si. Há brilhantes momentos em que Heathcliff inicia monólogos de uma ardência desesperada, mas esses são relativamente raros ao decorrer da obra - portanto, torna-se natural que o leitor eventualmente esqueça-se dos motivos que movem o anti-herói, concentrando-se apenas em seus atos. E é aí que pode surgir uma interessante dúvida: a suposta nobreza das razões que levam Heathcliff a agir de maneira abjeta pode, de alguma forma, justificar sua crueldade? É a partir da vingança que ele e Catherine encontrarão a paz que tanto desejam?
- Sr. Heathcliff, o senhor não tem ninguém que o ame. E, por mais miseráveis que o senhor nos torne, teremos sempre a compensação de pensar que a sua crueldade provém de usa miséria, que é ainda maior. O senhor é um mísero, não é? Sozinho como o diabo e, como ele, invejoso! Ninguém o ama... ninguém chorará pelo senhor quando morrer!
Como é de esperar de um clássico da literatura, O morro dos ventos uivantes comporta uma linguagem profundamente poética e belamente rebuscada. As descrições locais feitas pelos narradores revelam a maestria que Emily Brontë, uma romancista conhecida por sua introspecção, exercia sobre suas palavras. Assim, se o leitor se decepcionar com a ausência de uma paixão vivaz, pode ainda deleitar-se na contemplação da leveza com que Emily conduz a história, em um estilo que jamais se torna sisudo. Apesar disso, pode ser difícil acompanhar o desenrolar dos fatos: embora apenas haja algumas famílias envolvidas, há um grande número de uniões e separações, da mesma forma que há personagens homônimos (a filha de Catherine também se chama Catherine, por exemplo). Igualmente, em alguns momentos pode ser necessário voltar páginas e reabsorver a morte de um ator.

Com uma história não tão convincente assim - um pouco superestimada, talvez? - e uma prosa repleta de excelência, a expectativa é que O morro dos ventos uivantes divida seus leitores em dois grupos extremos: os que amam e os que odeiam a obra. Lida no momento certo e com a devida paciência, a publicação inglesa pode ser uma instigante e psicológica parábola sobre o amor e sua sombria força propulsora. Se visitado no momento indevido, entretanto, O morro dos ventos uivantes não há de criar mais do que uma confusão interna e uma leve quebra de expectativas. De uma forma ou de outra, um clássico é sempre um clássico, e uma visita aos grandes mestres nunca é perda de tempo.
Fica sempre comigo... encarna-te em qualquer forma... torna-me louco! Só não quero que me deixes neste abismo, onde não te posso encontrar! Oh, Deus! é inexprimível! Não posso viver sem a minha vida! Não posso viver sem a minha alma!
Este post relaciona-se ao desafio de clássicos. Junte-se a nós e conheça a profundidade das obras atemporais da literatura! 

Título: O morro dos ventos uivantes.
Autora: Emily Brontë.
Editora: Abril (Coleção "Os Imortais da Literatura Universal").
Número de Páginas: 317.
Avaliação: 3 de 5.

31 comentários:

  1. "[...] expectativa é que O morro dos ventos uivantes divida seus leitores em dois grupos extremos: os que amam e os que odeiam a obra.[...]"

    Devo acreditar, então, que com essa afirmativa, e uma nota 3 em 5, você faz parte do grupo que está em cima do muro, certo?

    De qualquer forma, não tenho uma opinião formada ainda sobre a obra da Bronte. Talvez seja pelo ponto citado, a leitura talvez certa em um momento errado, pode levar a um julgamento errôneo. Existirá um momento em que farei uma nova análise, mas não agora.

    Abraços!
    Lygia - Brincando com Livros

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    1. A nota 3 significa "bom", então eu acredito que eu tenha apreciado a obra moderadamente: apesar da minha expectativa em relação ao público-geral de Brontë, eu não amei e nem detestei o livro. Aproveitei a leitura e gostei bastante de algumas partes, mas nada que provocasse em mim um processo catártico.

      Não entendi muito bem o seu último parágrafo... Você leu a obra e não tem uma opinião formada, e espera relê-la para que possa chegar a uma conclusão? É isso?

      Grande abraço!

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    2. Sim, porque como você mesmo disse, talvez a minha insatisfação, a 1ª vista, com a obra, esteja relacionada com o período da minha vida em que a li. :)

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  2. Ironicamente, esta é a minha leitura do momento... E quase já me confundi com a questão dos nomes homônimos (sim, na parte da Cathy mãe e da Cathy filha).

    Apesar da prosa antiga e rebuscada, estou gostando bastante da leitura - principalmente por querer saber o que aconteceu com Heatchliff e com a Cathy ''original'', naquela expectativa um tanto novelesca (mas sabendo que o romance não é o foco principal da narrativa).

    Henri B. Neto
    ''Na Minha Estante''

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    1. Espero que você aprecie bastante a leitura, Henri! Ela pode realmente tornar-se confusa em alguns pontos (aliás, isso não é exclusividade da Emily; Jane Austen também já me causou nós na cabeça com suas denominações), mas é uma experiência que vale a pena. Por fim, um apelo a você e a todos: não pensem que a nota 3* significa que eu não apreciei a obra! Não me entendam mal! :(

      Abraço!

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  3. Uau! Você já começou com força total! Bacana!
    Pretendo ler também o morro dos ventos uivantes.
    Beijos

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    1. Sim, Lara! Esse desafio realmente me deu vontade de ler os clássicos, e o meu particular interesse pela vida das irmãs Brontë só intensifica o ímpeto de conhecer as suas obras. Grande beijo!

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  4. Sou do time dos que ODEIAM, mas nem terminei o livro ainda devido a essa raiva toda que sinto sobre a obra! (sorriso amarelo)
    Eu acho que a obra vale mais do que 3. o.O
    Por que é de uma força arrebatadora, espero terminar de lê-lo um dia...
    Mas adorei a resenha e eu ainda preciso enviar minha lista de escolhidos né!
    Um Beijão!

    Camila Leite
    @sonhospontinhos
    www.sonhosentrepontinhos.com

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    1. Acho que involuntariamente comparo todos os livros aos quais já dei nota na vida... "O morro dos ventos uivantes" não me afetou da mesma forma que "Rebecca" (a próxima resenha; o livro recebeu 4*) por exemplo, então acabo achando injusto que os dois recebam a mesma nota. De qualquer forma, 3 é uma nota boa, pô! Quer dizer que o livro me pareceu bom, embora não tenha alcançado nem o nível "muito bom" nem o "excelente". Espero que me perdoem, hahaha.

      Espero que você consiga terminar de ler o livro, e que apareça com sua lista, Camila! Um beijo!

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  5. Já assisti duas adaptações diferentes para o cinema do livro da Bronte, mas ainda não havia conferido a obra! Isso porque não me sentia preparada para absorver o conteúdo sombrio e toda a magnitude das razões insanas ou não que levaram ao desenvolvimento do amor doentio dos protagonistas. Acho que fiz bem em não ter lido o livro na época em que tomei conhecimento dele, pois hoje me sinto mais disposta para conhecer sobre a história mais à fundo, bem mais do que alguns anos atrás. Por mais que entenda que o livro não pode ser considerado uma história de amor, a força do relacionamento que impulsiona esses dois a loucura, sempre me fascinou enormemente. Imagino que eu integrarei o grupo daqueles que irão amam o livro... esse ano vou saber!
    Gostei da análise!! ^^
    Beijos

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    1. Você fez muito bem, Duda. Espero que você aprecie imensamente a oportunidade de ler "O morro dos ventos uivantes" agora que se sente madura e disposta a conhecer a história idealizada por Emily. Por mais que eu sempre seja a favor da leitura de clássicos, creio que esta deve ser feita no momento certo, quando nos sentimos realmente inclinados a conferir as obras-primas da literatura universal. Forçar uma visita a uma obra clássica é pedir para detestá-la.

      Tenho certeza de que você sentirá na pele a intensidade desse livro! Obrigado pelo seu comentário e pela sua participação constante no LLM, viu? Eu e o Caíque estávamos com saudades!

      Um beijo!

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  6. Olá, Robledo!

    Devo ter comentado contigo via twitter que coincidentemente eu havia começo a leitura desta obra assim que você propôs o desafio de clássico aqui no Livros, Letras e Metas. Todavia, uns dois dias depois, decidi parar com a leitura e iniciá-la novamente em uma próxima oportunidade (que não tarda a acontecer, eu garanto).

    Embora estivesse bem o início (o que evidentemente não dá para se chegar a uma conclusão exata acerca da qualidade do livro), me vi um pouco confusa, mas percebi que não era exatamente por conta da narrativa em si, mas sim porque na realidade eu não estava centrada o bastante para a realização da leitura. Como você bem frisou em sua resenha (que por sinal está muito bem escrita), ''se visitado no momento indevido, o morro dos ventos uivantes não há de criar mais do que uma confusão interna e uma leve quebra de expectativas'', e eu sinceramente não quero que isso aconteça comigo.

    Anseio poder apreciar a leitura com bastante sutileza e paciência, assim como acredito que você fez. :) No mais, parabéns pela resenha! O Morro dos Ventos Uivantes é prioridade em minha lista de clássicos, e não demoro a conferi-lo.

    Um abraço!
    http://universoliterario.blogspot.com/

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    1. Muito obrigado pelo seu comentário, Fran! :-)
      Acho muito prudente a sua atitude de esperar pelo momento adequado para ler O morro dos ventos uivantes. A verdade é que a nossa avaliação sobre uma obra está, sempre, intimamente ligada ao instante em que a lemos. Eu mesmo acredito que reagiria de forma distinta ao romance de Emily Brontë se o tivesse lido em um período de desilusão, por exemplo. É isso que torna a experiência ainda mais interessante: a literatura dialoga com a sua vida, e as identificações intensificam ainda mais o processo.

      Não tenha pressa, mas também não deixe de conferir essa memorável obra da literatura. Embora eu não tenha me apaixonado PELA HISTÓRIA do livro - ao passo que me rendi à perfeição da narração de Emily -, um passeio por esse clássico inglês vale muito a pena.

      Grande abraço!

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  7. Eu não amo e nem odeio porque nunca li, mas espero que apareça uma oportunidade para lê e escolher o meu lado.

    Até!

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    1. Aparecerá sim, Suellen! Quando tiver a chance, não deixe de conferir a vida e a obra de Emily Brontë; ambas são interessantíssimas.

      Grande beijo!

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  8. Estou no grupo dos que amaram a obra. Esse foi um dos primeiros clássicos que li, e sim, eu estava esperando por um romance, mas toda a trama me deixou bastante envolvida. Li a versão da Lua de Papel, que segundo me disseram, adaptaram a linguagem para não ficar tão rebuscada, porém precisei pesquisar o significado de várias palavras. Parabéns pela resenha!

    Beijos,
    whosthanny.com

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    1. O que não me agrada na edição da Lua de Papel (http://1.bp.blogspot.com/_uQON8gpxHPo/TDpRsJjAEYI/AAAAAAAAAE0/e5CmFmQaWXE/s1600/2963917.jpg) é a imeditada associação entre "O morro dos ventos uivantes" e a saga Crepúsculo. Acho legal que a história vampiresca tenha atraído curiosos à obra da Emily Brontë, mas sempre sentirei certo desconforto em relação à maneira como ocorre a conexão. Sinto-me ouvindo algo como "Ei! Não leia Wuthering Heights só porque é um grande produto da literatura inglesa clássica. Leia porque é o livro favorito da Bella Swan!!".

      Grande beijo!

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  9. Já li, mas não amei e nem odiei. Não deixa de ser um livro bonito, mas sem duvidas, é superestimado.
    ;**

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    1. Nunca a vi por aqui, Pam! Fico feliz que tenha decidido participar de uma de nossas discussões.

      Pode me dizer as razões pelas quais considera O Morro um livro superestimado? Tenho lá minhas conjecturas, mas a opinião de um leitor é sempre de máximo valor.

      Um beijo!

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  10. Esse livro para mim poderia ser resumido em uma palavra: Intenso.
    Para mim foi uma daquelas leituras que você não consegue definir muito bem se gostou ou não, mas sabe que te impressionou bastante. Pessoalmente prefiro o trabalho da outra Bronte, a Charlotte, com Jane Eyre ;)
    Beijoos

    CC
    http://blogcabelosaovento.blogspot.com/

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    1. Charlotte é a minha próxima visita, Camila! Tenho pretensões de ler as obras-primas da três irmãs ao longo do ano, e sempre ouço comentários positivos e entusiasmados acerca de Jane Eyre. Ouvir a sua recomendação só aumenta a minha expectativa em relação ao livro.

      E concordo com você: ame-o ou odeie-o - "O morro dos ventos uivantes" será sempre intenso.

      Grande beijo!

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  11. Apesar de achar o Heathcliff besta e muito sem noção esse é um dos mues livros favoritos. Eu adoro o ensinamento que o livro passa.

    Mariana - http://worldoftorivega.com

    Boa Semana.

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    1. Besta e sem noção? Curioso, haha!
      Mas Heathcliff é, sem dúvida, um personagem bastante intenso. E eu confesso que prefiro personagens assim àqueles que são feitos para serem amados, viu?

      Um beijo e muito obrigado pela sua visita, moça!

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  12. Esse é um dos meus livros favoritos de todos os tempos! Amo, e concordo plenamente que boa parte dos odiadores do livro só o odeiam pq tinham uma impressão errônea sobre a história e, por conta disso, acabaram se decepcionando.

    Também detestei a edição da Lua de Papel, muito pasteurizada e fraquinha, isso p/ não falar do aviso RIDÍCULO na capa. To querendo passar a minha pra frente e comprar uma edição realmente boa. *-*

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  13. Oii Robledo :)
    Ai ai, lá vou eu. rs Eu nunca li esse livro, clássicos não fazem meu gênero, mas tem essa força louca que me diz que eu realmente iria gostar! haha. Agora, com a sua resenha continuei morrendo de vontade, mas agora mais pelo fato de ter a curiosidade de conhecer esse "novo" Heathcliff que eu não sabia que é meio psicótico assim, rs. Tinha essa ideia mesmo de ser um romance arrebatador e agora fiquei mais curiosa ainda, rs.

    Beijo, Nanda
    www.julguepelacapa.blogspot.com

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  14. Já li e fui odiando o livro progressivamente. Quando terminei, fiquei aliviada!
    Depois de um tempo, a história foi amadurecendo na minha cabeça e agora já tenho uma ideia mais positiva sobre o livro, e até encararia uma releitura!
    Uma das coisas mais interessantes na obra é esse caráter psicológico, que acrescenta muito e rende muitas discussões.

    Beijos,
    Miriam.
    bookerqueen.blogspot.com

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  15. Achei esse livro chato. Talvez, como você disse, eu tenha ido com as expectativas erradas. Eu não esperava uma história de amor (apesar da edição da Lua de Papel querer fazer o leitor acreditar nisso) mas esperava algo mais legal, com reflexões sobre a sociedade como em "Orgulho e Preconceito" que gostei muito.

    Me incomodou nesse livro a passagem do tempo, que passava rápido e nos levou a conhecer quase 3 gerações de uma família. Os personagens me pareceram volúveis demais, a todo momento seus sentimentos mudavam, sem aviso prévio.

    Porém, o que mais me incomodou e na metade do livro tirou minha vontade de terminar, foi um desliza que a Emily cometeu. Achei um erro grave. A bebê Catherine nasce do nada. Do além. Em nenhum momento foi citada a gravidez da mãe, mesmo o foco da narrativa estando inteiramente sobre ela. Nenhuma barriga foi citada e a bebê nasceu de 7 meses. Foi até difícil pra mim saber quem era o pai :S

    Fiquei aliviado quando terminei a leitura. E só senti um amor avassalador do HeathCliff para com a Catherine, mas não dela por ele. Ela decidiu se separar dele por uma questão social. Uma bobagem. A culpa foi dela por tudo o que aconteceu.

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  16. Comentário MEGA atrasado, mas quis fazê-lo de qualquer jeito, pois terminei sua leitura há poucas horas.
    Eu nunca me interessei mesmo por este livro. Para mim - e para todos, aparentemente - O morro dos ventos uivantes era um livro sobre uma paixão arrebatadora, uma história de amor tão profunda que atravessa a morte. E é, de um ponto de vista. O amor de Heathcliff e Catherine era tão profundo que o fantasma da mulher o assombrou desde a sua morte.

    Mas para mim não é nenhum história de amor. É tragédia atrás de tragédia, é um livro até perturbador. Para mim Heathcliff estava era obcecado pela figura dela, não apaixonado.

    Só que o ponto principal do enredo mesmo é até aonde o ser humano consegue ir por puro ódio prejudicando outros. Heatchcliff fez planos tristes contra que não tinha nada a ver com suas histórias para conseguir se vingar de pessoas que nem existiam mais. Só para satisfazer o seu ego. Eu não entendo como pode ter gente que goste do cara; eu tenho é medo dele, sério mesmo.

    E, como tudo na vida, há uma exceção quanto ao gosto pela história por causa das expectativas e questão de obrigação - só peguei o livro por causa de um clube do livro. Não tinha A MENOR vontade de lê-lo, justamente porque achava que seria uma história de amor. E aconteceu que me vi lendo algo completamente diferente do que eu imaginava, algo que realmente me interessou e que me agradou demais.

    E, por fim, concordo com o Felipe aí em cima - por mais que Cathy amasse Heathcliff, acho que o sentimento dele por ela era bem maior. Talvez pense isso por ela ter aparecido bem menos do que ele, mas acho que é isso mesmo. E concordo, Caherine the Second apareceu do fucking nada na história! XD Mas nem é um erro muito grande, na minha opinião...mas a Emily deveria mesmo ter visto isso aí.

    Beijos!

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  17. Ja li esse livro 4 vezes. A primeira quando estava na setima ou oitava serie em portugues para uma prova de literatura em portugues, a segunda uma adaptacao em ingles de nivel intermediario para uma prova de ingles, a terceira para a aula de literatura inglesa do seculo 19 na faculdade e a ultima que ainda nao terminei apos ver varias adaptacoes pro cinema da obra e comecar a confundir o q realmente estava na obra. sou uma das pessoas que amam a obra, desde a primeira vez que li. acho a nota 3 injusta, acho o livro perfeito e algumas falas mto impactantes

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  18. o morro dos ventos uivantes e o melhor livro que ja li. gostei tanto que tenho o em casa e nao me canso de ler entre um livro e outro. o engrasado e que sempre me pego falando as falas antes mesmo de ver.kkkk tambem achei muito injusto ele receber so 3, pra mim tinha que ser 1000000000000000000000000000000000000

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