Sinopse: Kylie Galen está na pior. Seus pais vão se divorciar, seu namorado acaba de romper com ela e uma noite, depois de ser presa por estar na hora errada e no lugar errado, é enviada para Shadow Falls – um acampamento para adolescentes problemáticos. Isso muda sua vida para sempre. Poucas horas depois de chegar, ela descobre, assustada, que seus colegas não são apenas “problemáticos”. Ela nunca se sentiu normal, mas também não se considera como uma daquelas aberrações paranormais. Ou será que é? De início, tudo o que Kylie deseja é fugir. Mas com Derek, um fae que a deseja, e Lucas, um lobisomem com quem tem um passado secreto, ocupando um lugar cativo em seu coração e depois de descobrir que ela própria tem estranhos poderes, talvez sua vida nunca mais volte a ser a mesma.
Graças ao fim do namoro com Trey e ao divórcio dos pais, seu verão tinha ido parar no vaso sanitário. E, do jeito que as coisas estavam indo, sem dúvida alguém passaria por lá e daria a descarga.
O primeiro livro resenhado aqui proveniente de nossa parceria com a Editora Jangada (selo do Grupo Editorial Pensamento), "Nascida à Meia-Noite" é um livro um tanto mediano. Desde que o vi na Bienal, a capa estonteante chamou-me a atenção e a sinopse também, mas a obra deixa a desejar em tantos pontos que é difícil aproveitar a leitura em um todo. Veja bem, não é ruim, mas também não se trata de um livro indispensável.
Alguma coisa, porém, a impedia de dar o fora, além do fato de nunca ter sido boa em corridas. Sem falar no medo de ser apanhada tentando fugir.
Curiosidade.
A leitura é pouco descritiva e com muitos diálogos, o que facilita o andamento do ritmo do livro, ao mesmo tempo que tira um pouco da maturidade em si, pois textos com muitos diálogos e poucas descrições são mais visados para o público infantil, que está "descobrindo" o mundo dos livros. Havendo um contrabalanceamento mais justo entre os dois parâmetros, a história fluiria melhor mais e crível.
Os problemas com os pais, a avó e Trey pareciam até menores agora. Impressionante como as perspectivas de uma pessoa podem mudar quando ela descobre que não é humana.
As reações e os dilemas de Kylie são bem reais, uma adolescente "comum" cuja vida está uma verdade presepada, e acaba percebendo quem é, na realidade. A questão é que foi exatamente isso que conferiu à protagonista uma personalidade chata e irritante para alguém com 16 anos. Ela sente atração muito facilmente por personagens masculinos, o que também incomoda após repetitivas demonstrações disso, assim como o estereótipo que se criou ao redor dos "mocinhos", em que é obrigação possuir um físico perfeito; colaborando para o superficialismo do enredo aumentar, infelizmente.
Felizmente, as pessoas não os hostilizavam nem ridicularizavam, como faziam a outros grupos impopulares. E como iriam ridicularizá-los se mal sabiam de sua existência? Pelo menos, foi assim que Kylie sempre se sentiu na escola. Eles não eram odiados nem maltratados, apenas invisíveis.
Com a narrativa em terceira pessoa sobre os olhos de Kylie, cria-se uma mútua intimidade entre si e o leitor, onde compartilhamos todo o seu sofrimento justificado; podendo-se vinculá-lo também ao rápido ritmo do livro, pois auxilia a leitura intensificada. Os capítulos curtos também enfasam a impressão de que se está lendo aceleradamente, melhorando toda a experiência. O humor empregado, apesar de não "salvar" as falhas da história, contribuem para momentos divertidos, graças à protagonista ser leiga nesta nova realidade descoberta, remetendo-nos à situações cômicas, que na maioria das vezes, poderia ocorer na vida real.
- Não quer me apresentar a essa criaturinha apetitosa? - Num movimento rápido, aproximou-se novamente de Kylie. Dessa vez, ainda mais. Ela percebeu uma feia cicatriz que lhe atravessava o queixo de lado a lado. O cheio de seu hálito invadiu as narinas de Kylie. Lembrava o de um mercado quando se chega muito perto do açougue. Carne crua.
Uma palavra cruzou seu cérebro em pânico. Corra!
Algumas coisas ficaram um pouco infundadas, como um metamorfo adolescente ser o mais poderoso do mundo na sua espécie, quando obviamente os respectivos adultos deveriam ser mais poderosos - isso em qualquer criatura. Os diálogos provavelmente poderiam passar por uma edição melhor, estão um pouco "crus" ainda, como se você lesse e sentisse que lhes falta algo. Certas tramas também foram exacerbadamente reforçadas, até para um livro iniciativo de série, como este é. As constantes dúvidas e dramas de Kylie são muito imaturas para uma jovem da idade dela, diminuindo a credibilidade do "Young-Adult" atribuído à história.
- É você?
- Eu o quê? [...]
- É você que faz tudo parecer... Tão mágico e tão cheio de vida? As cores, os aromas, a maneira como o sol flutua no céu...
-Ah, é só o meu charme [...].
Seus lamentos e reclamações não lhe aplicam carisma, e a protagonista não termina o livro tendo uma relação saudável com o leitor por isso. A cartela de personagens é bem diversificada, dando uma movimentação e liberdade maior ao enredo, foram bem estruturados e se moldam aos poucos na mente de quem lê, sem uma grande necessidade de escrever exatamente sobre isso. A diagramação é exemplar, com um ou dois erros de digitação, a capa metalizada é muito resistente, assim como as páginas. A tradução foi um reflexo dessa imaturidade do enredo, então não há muito o que se observar.
- Terminamos há uns seis meses.
- Porquê? - perguntou Kylie, logo para se arrepender.
- Ela conheceu um lobisomem. - Havia ressentimento em sua voz.
- Lucas?
- Não, não ele.
- Pensei que vampiros e lobisomens não se dessem bem [...].
- Os Caputelo e os Montecchio também não se davam bem.
Christie Craig - cujo pseudônimo é "C.C. Hunter" - poderia ter se aprofundado e feito um texto mais sazonado, eficaz na construção da protagonista e sucinto nos dilemas que Kylie deveria ter deixado para trás no começo da adolescência. Não me entenda mal, o livro é bom e acredito que valha a pena pela série que pode melhorar, porém não cativou, muito menos superou as expectativas acumuladas. O final - para o qual torcia que fosse o auge do livro - foi razoável, apressado demais. O "gancho" para o próximo livro parece bastante uma repetição do enredo precedente, já que não houve muitas mudanças do início ao fim, mas talvez esteja errado. E espero estar.
Quer dizer, podia jurar até que sentiu uma rajada de frio nas costas. Olhou por cima do ombro, desejando mais do que tudo que não houvesse nada ali.
Mas nem todos os desejos se realizam.
Título: Acampamento Shadow Falls #1: Nascida à Meia-Noite.
Autor: C.C. Hunter.
Editora: Jangada.
Tradução: Gilson César Cardoso e Denise Rocha Delela.
Tradução: Gilson César Cardoso e Denise Rocha Delela.
Número de páginas: 315 + epílogo da continuação, "Desperta ao Amanhecer".
Avaliação: 3,5 de 5.
Avaliação: 3,5 de 5.
Nunca tive muita curiosidade de ler o livro. O título e a capa não me atraem... E confesso que depois da resenha fiquei com menos vontade ainda. :\
ResponderExcluirBeijocas!
Juh Oliveto
Livros & Bolinhos ~~
Legal a resenha, bem sincera! Concordo com a Ju, o titulo não é atrativo, ainda mais considerando todos os outros livros com temas e títulos semelhantes.
ResponderExcluirAbraços
Gostei do livro, poderia ter explorado mais com certeza, mas fiquei receosa para o 2º pq deu a impressão de que tudo será bem diferente do 1º. Incluindo a estrutura do local (acampamento p/ escola).
ResponderExcluirAndy_Mon Petit Poison
POISON SERIES - Grimm http://bit.ly/w3ROY0
Oiiii :)
ResponderExcluirCaramba... kkkk, realmente minhas expectativas baixaram agora depois da sua resenha.. DHAOSIDHASE' Mas ainda assim o quero ler e lerei! haha, é bonito demais pra ser abandonado, e afinal, não é de todo mal pelo que você disse x))) Então vou ler! Daqui "há alguns livros" hasiuehaisuhe
Beijo, Nanda
www.julguepelacapa.blogspot.com
Então, não é um livro que eu gostaria de ler. A capa realmente ficou legal e tals, mas, sei lá, a ideia não chama mais minha atenção. Meio que estou cansada de coisas sobrenaturais e... pela resenha eu realmente passo ><
ResponderExcluirAliás, parabéns pela resenha, ficou realmente boa ;)
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