terça-feira, 11 de outubro de 2011

[Controle Remoto #8] O Fantasma da Ópera

Com o fim de Setembro, chega ao seu encerramento, também, o nosso passeio pela terra das produções cinematográficas baseadas na temática extraterrestre. Outubro já deu as caras e, esse mês, é hora de nos dedicarmos a um outro gênero. Falaremos dos filmes que mesclam diálogos e canções, transmitindo seu enredo através de melodias profundas e de letras escritas de forma a passar uma boa carga de informação, sem que isso resulte em falta de profundidade. Em outras palavras, sejam bem-vindos ao Outubro Musical!

E, para começar a nossa exploração crítica, por que não selecionarmos um clássico? O fantasma da ópera é um dos musicais mais famosos de todos os tempos, sendo, provavelmente, tão conhecido quanto A noviça rebelde, por exemplo. A produção é baseada em um romance francês, de autoria de Gaston Leroux, e todas as músicas são de autoria do ilustríssimo Andrew Lloyd Webber, com letras de Charles Hart e Richard Stilgoe. Como na maioria dos musicais, o brilhantismo das canções e das performances acaba por eclipsar os pormenores da trama em si. Mesmo assim, alguns personagens dessa história se tornaram quase parte do imaginário coletivo: Christine, a suave cantora e Raoul, seu amor de infância, constituem um dos mais famosos casais da indústria cinematográfica. O Fantasma, evidentemente, é uma figura inesquecível.

Por convenção simplista, é comum que se chame de literatura toda a produção escrita marcada pelo destaque extraordinário da forma como a mensagem é transmitida. Quando elegemos as Memórias póstumas de Brás Cubas como uma obra possuidora de caráter literário, não é exatamente porque admiramos a história de vida do idealizador de um emplasto que nunca virou verdade; é porque enxergamos, nas palavras machadianas, uma sutil e afiadíssima crítica ao homem de sua época, um retrato de um mundo repleto de figuras gananciosas e calculistas. Eu não sei qual é o termo correspondente no universo do cinema, mas qualquer espectador afirmará, com segurança, que o filme que analisamos aqui tem certo caráter literário. É uma obra profunda. Faz refletir sobre o poder do amor, a influência da música, a capacidade de expressão poética das nossas cordas vocais.



Sobretudo, O fantasma da ópera é, indubitavelmente, um filme que não se repete. Veja-o trinta vezes e, em cada uma delas, você há de notar pequenos detalhes que não havia percebido, há de se emocionar mais e mais com as músicas apresentadas. As divisões do coração de Christine nunca beiram o piegas: é como se, em vez de enveredar rumo a uma melosidade chatíssima, o amor presente no filme tivesse percorrido uma trilha de plenitude, beleza e poesia. De fato, eu tenho lá minhas suspeitas de que toda obra é baseada em um conjunto de metáforas, mas isso é assunto para todo um novo post. Curiosamente, O fantasma da ópera foi indicado a 3 Oscars, não tendo vencido nenhum deles.

A música-título desse musical é um espetáculo à parte. The phantom of the opera, a canção, inspira dezenas de artistas, em escala internacional, até hoje. Cantoras como Sarah Brightman e Tarja Turunen, ambas dotadas de impressionante talento lírico, não hesitaram em criar suas próprias versões para essa música, ampliando ainda mais o universo de pessoas tocadas e abraçadas pela história de Christine, a jovem bailarina que acredita cegamente em um Anjo da Música, e que encanta Paris com sua simplicidade ingênua e apaixonante. O mais incrível é provavelmente notar como as músicas refletem o estado de espírito do próprio espetáculo: da potencialmente calma Think of me aos versos agitados de Masquerade, a impressão que fica é que nenhum verso de nenhuma canção foi escrito em vão. Tudo tem um propósito. Cada nota é parte de um quebra-cabeças que culmina em uma obra-prima.




Conclusão: eu nunca li nenhuma dessas listas de 1001 filmes para ver antes de morrer, mas eu lhes garanto: O fantasma da ópera deve estar em todas.

11 comentários:

  1. Simplesmente venero este filme! Não há igual, e é bem verdade que, a cada vez que assistimos, notamos nuances diferentes de uma cena que talvez já até soubéssemos de cor. Sugestão: veja também as versões mais antigas, não fazem o gênero musical, mas são ótimas.

    bj,
    escrevendoloucamente.blogspot.com

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  2. AAAH! Este filme é MARAVILHOSO. Também vejo-o muitas e muitas vezes, sem enjoar. As músicas são lindas.
    Na primeira vez que assisti, confesso, fiquei muuuito brava com o final. #revolts ;(

    Ótima escolha!

    Beijos,
    Miriam.
    bookerqueen.blogspot.com

    PS.: Fiquei pensando: será que vou ler a resenha de algum High School Musical aqui? xD

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  3. Robledo, eu simplesmente amei!
    Primeiro, o tema escolhido pra outubro! É o mês do meu aniversário e eu sou APAIXONADA por musicais!
    Segundo, O Fantasma da Ópera é meu filme favorito!
    Fui tragada por ele, completamente encantada desde a primeira vez que assisti e, como você disse, é um filme que não se repete, que não se cansa, que é carregado de poesia e beleza!
    O romance que mais chama minha atenção não é o de Christine por Raul ou vice-versa, mas sim o entre a Christine e o Fantasma. O fascínio que ele exerce nela, o amor dele que beira a loucura. É fantástico, é lindo.
    Sem contar que o filme é um espetáculo visual e auditivo. As músicas são mesmo incríveis e marcantes, fiquei arrepiada lendo o post só de ler seus comentários e ir lembrando de cenas do filme!
    Enfim, amei demais o post porque amo demais o filme!
    Aliás, eu li o livro há muitos anos e lembro de não ter gostado. Ou o filme realmente o supera ou eu não estava preparada pra leitura naquela época, afinal, eu era bem nova. Preciso reler para ter certeza!
    Beijos e parabéns pelo post!

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  4. Nossa, Robledo, há bastante tempo que procuro o filme nas locadoras mas não encontro. Tenho uma imensa vontade de ler o romance, preferencialmente, antes de ver o longa-metragem.
    Acho o enredo fantástico e merecedor de muitos prêmios. É uma pena que nenhuma das três indicações ao Oscar não tenham rendido ao menos uma estatueta.
    Ah! Eu amo a música-título do filme. Aquele aspecto “fantasmagórico” me arrepia! E falando em música, já ouvi a belíssima interpretação de Sara Brightman. Gosto muito do vídeo em que Antonio Banderas faz dueto com ela. Já Tarja, essa eu não conhecia, mas estou ouvindo algumas de suas músicas e gostando muito.
    Sua crítica, Robledo, está maravilhosa, na medida certa!!
    Abraços!

    @Jonathan_HGF
    P.s.: Feliz dia da criança!!!

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  5. Olá Robledo!
    Adoro esse post aqui do LLM,acho super bacana as dicas e adorei essa também.
    Nunca assisti a esse filme, mas parece ser bem bom. Ultimamente ando vendo bastante clássicos lasjdkas irei vê-lo!

    Beijos, Kamila
    http://vicio-de-leitura.blogspot.com

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  6. Oiii Robledo! :D
    Adorei a dica, nunca vi esse filme completo! Só algumas cenas, quando no aniversário do meu tio ele iria fazer com temática gala e queria muitas referências desse filme no meio da festa, KKKKK' Então eu não parava de ver algumas cenas, mas não consegui ver ele inteiro, apesar de morrer de vontade *-* rs.
    A Noviça Rebelde é meio chato, quero ver quem vai falar dele, kkkk x). Quero só ver se vai rolar um High School Musical aqui esse mês, HDOAISHDOAIHS

    Parei! x)

    Beijos, nanda
    www.julguepelacapa.blogspot.com

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  7. Oi Robledo!
    Nunca vi esse filme, mas sempre tive vontade. Além de ver o filme queria assistia a peça. Nunca fui ao teatro (isso é triste. =/ ), mas se fosse para assistir O fantasma da ópera eu iria. xD

    Bjs
    Gabi Lima
    http://livrofilmeecia.blogspot.com

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  8. Oi Robledo,

    Tenho vergonha de dizer que o único musical que assisti é High School Musical. Quero muito ver este, pois lembra-me de uma das minhas favoritas histórias de contos de fadas da Disney, a Bela e a Fera. Avise-me se eu estiver delirando. A música tema é arrepiante, assim como todo o enredo lhe dá muita vontade de assistir o filme. Ótima resenha e... que venha o Outubro Musical!

    ;*

    Matheus, Bobagens e Livros

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  9. Robledo,
    Ando demorando, mas sempre passo por aqui, ao fim...
    Está aí uma obra genial! Para ser sincera, como acho que já comentei (assuntos de chat, ou não?), não tive o prazer de assistir ao longa baseado nessa história épica, nesse clássico francês. Ainda maior, contei com o privilégio de acompanhar a peça, o musical ao vivo e olha, foi emoção do começo ao fim.
    A música do "Fantasma da Ópera" conversa conosco. Os sentimentos confusos de Christine, como você disse, só ressaltam sua inocência, o fascínio e o horror que a figura do misterioso fantasma exercem sobre ela.
    As letras são belíssimas, sempre cheias de lirismo e de paixão. Todas as vezes que ouço as músicas, recordo-me com ternura da peça, da orquestra que tocou maestralmente, da interpretação dos dois atores principais, do espetáculo de cores que foi "Carnival", do momento em que o lustre surgiu do teto do teatro até o palco em uma cena de indescritível êxtase perante a figura do assustador fantasma que ama, de tudo.
    Não é à toa que a peça está em cartaz há mais de 30 anos na Broadway. Não é à toa que tornou-se filme e foi indicada ao Oscar.
    Sua postagem me lembrou de que preciso assistir ao filme. Urgentemente.

    Beijos,
    Ana - Na Parede do Quarto

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  10. Eu sou suspeita para falar desse filme... Eu simplesmente AMO!!!!
    Tenho o dvd, assisti qdo estava em cartaz no Teatro Abril, tenho cd da trilha sonora do filme e da peça original... Sou fascinada por esse espetáculo.
    E é verdade, a cada vez que eu assisto, percebo algo diferente e SEMPRE me emociono!!!

    Musicais são comigo mesmo... Vou adorar esse Outubro Musical!!!

    Parabéns pela resenha!!!
    Beijos, Karina!!!
    Walking in Bookland

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  11. Um dos meus filmes preferidos juntamente com o outro musical Moulin Rouge! É realmente excepcional e não deixa nada a desejar. Já assisti zilhões de vezes e mesmo assim nunca perde a graça! ^^
    Concordo plenamente que cada música tem um propósito e reflete o estado de espírito presente no decorrer da trama de maneira singular e marcante! Difícil conseguir ultrapassar toda a magia e grandiosidade dessa película! O Andrew Lloyd Webber é realmente um gênio por ter conseguido adaptar uma obra literária para funcionar tão perfeitamente bem em forma de música!
    Adorei o texto! Beijos!

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