quarta-feira, 30 de março de 2011

[Resenha] Margaret Stohl e Kami Garcia - Dezesseis Luas

Como tantos outros livros que leio atualmente, Dezesseis Luas entrou em minha vida por meio de um blog literário. Isso mesmo, depois de ler uma resenha e gostar muito de tudo que li, o livro entrou para minha wishlist e tempo depois minha mãe acabou me dando, e eu o devorei o mais rápido que pude.

Sinopse: "Ethan é um garoto normal de uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos e totalmente atormentado por sonhos, ou melhor, pesadelos com uma garota que ele nunca conheceu. Até que ela aparece... Lena Duchannes é uma adolescente que luta para esconder seus poderes e uma maldição que assombra sua família há gerações. Mais que um romance entre eles, há um segredo decisivo que pode vir à tona". "Pacote completo: um cenário assustador, uma maldição fatal, reencarnação, feitiços, bruxaria, vudu e personagens que simplesmente prenderão o leitor até o fim. Quem poderia querer mais? Uma continuação? Por favor!" - Revista VOYA.

A narração é dada por Ethan, um jovem normal e entediado com a rotina de sua vida, e isso me chamou a atenção - até porque são duas autoras que escrevem um livro narrado por um garoto – já que é muitíssimo raro encontrarmos um livro hoje em dia onde um garoto é o narrador-personagem. Esse é um dos grandes trunfos da obra, não há tanta sensibilidade e insegurança, mas calma meninas: tem muito romance, mas também nada forçado.
Todo mundo no condado de Gatlin era descendente de pessoas do lado errado da Guerra entre os Estados [...] Era como ter nascido na Alemanha depois da 2ª Guerra Mundial, ser japonês depois de Pearl Harbor ou ser dos Estados Unidos depois de Hiroshima [...]A gente não pode mudar de onde é. Mas ainda assim, a gente não precisa ficar lá.
A história no começo é um pouco confusa, não sabemos direito o que Lena é ou o que ela pode fazer, e isso até o final do livro fica bem opaco, o que pode ser um ponto ruim, mas creio que seja para dá-la mais liberdade de habilidades nos próximos volumes. Ethan mostra-se alguém que faz coisas idiotas por estar com pessoas idiotas, em uma cidade pequena aonde ninguém vai embora e todos se conhecem, levando a privacidade à praticamente zero. O enredo está sempre se renovando, não passamos capítulos e mais capítulos em um só lugar tentando concluir um só objetivo, o livro é extenso sem ser monótono.
- Ela não é minha namorada. Só somos amigos – respondi automaticamente.
- Cala a boca. Você está tão de quatro que eu devia comprar uma sela pra você.
– Ele teria dito aquilo sobre qualquer garota com quem eu conversasse, sobre quem eu falasse ou mesmo olhasse no corredor.
- Não é mesmo. Não aconteceu nada. Só conversamos
- Você fala tanta merda que podia passar por uma privada. Você gosta dela, Wate. Admita.

Os personagens são cativantes, captamos rapidamente os seus trejeitos e defeitos, e ao mesmo tem que nos afeiçoamos ao extremo com alguns, outros queremos definitivamente apagar das páginas. Tudo se resume basicamente a nova realidade de Ethan, que acaba de descobrir a existência de Conjuradores em Gatlin, que são como bruxos, mas seus poderes e suas genealogias são bem mais complicados. E a garota nova, Lena, que vem morar com seu tio Macon, o recluso da cidade que mora na mansão mal-assombrada de Ravenwood, é uma deles e ele acaba sentindo uma forte atração por ela. Ele não precisa ficar fingindo quem não é com ela, a garota que esteve em seus sonhos por meses – literalmente falando – além do que eles têm um meio diferente de se comunicar: pelo pensamento. Mas tudo converge para que eles se separem, a não aceitação do colégio por coisas estranhas e incomuns acontecerem quando Lena está por perto, as mudanças de Ethan depois de sua chegada, e até as pessoas em que eles mais confiam vêem que sua relação não daria certo, pois são “separados por Espécies”.

Segredos, mistérios, suspense e ação, tudo isso há de sobra. Há viagens ao passado e partes bem cômicas – principalmente com as tias-avós de Ethan, as “Irmãs”, que são divertidíssimas – e momentos realmente revoltantes, quando criam um tipo de julgamento para decidir se Lena seria expulsa do colégio injustamente. Você se envolve com a história a esse ponto, de defender e condenar personagens facilmente. Com a narrativa masculina, os cenários não são exaustivamente descritos, o que para alguns pode ser um problema, mas eu gostei muito assim.
- [...] É por isso que é má ideia acolher animais selvagens. Quando os soltarem, vão morrer de fome.
– Parece um argumento que teria apelos com as Irmãs e me manteria longe do pronto-socorro.
-É nisso que você está errado. Está tudo escrito na internet – disse tia Grace. Que site era esse que tinha sobre criar esquilos selvagens e limpar as partes íntimas deles com cotonete?

É criado desde o começo um clima tenso, assustador e misterioso em volta do tema “Dezesseis Luas”, o décimo - sexto aniversário de Lena e todas as consequências que isso acarreta, desde músicas suspeitas que surgem e desaparecem à marcação sobre o título dos capítulos mostrando os dias, sequenciando o tempo decorrido. A publicação em si, é que pecou muito, várias páginas vieram com riscos – provavelmente defeitos das máquinas da gráfica – algumas palavras vieram sem acentuação quando necessitavam disso, além de alguns excessos de espaçamento entre certas palavras. O final é realmente emocionante, folheava as páginas rapidamente para não perder um suspiro de qualquer um dos protagonistas. Super-recomendo, pode ler, mas cuidado: você não vai querer largar mais.

- Nunca amei você mais do que a amo nesse exato segundo. E nunca vou amar você menos do que a amo nesse exato segundo [...]
-Isso é uma promessa?
Apertei a mão dela.
- Não solte. Nunca.

Título: Beautiful Creatures #1: Dezesseis Luas
Autor: Margaret Stohl e Kami Garcia
Editora: Galera
Número de Páginas: 484
Avaliação: 4 de 5.


*Resolvi adotar este novo layout para resenhas porque percebi que as minhas ultimamente tem ficado muito extensas, o que para alguns pode ser desgastante, e o número de comentários nelas foi bem pequeno em vista das outras. Espero que gostem assim também! Se prefere o outro estilo de resenha – contando a sinopse da história dentro da própria, mas deixando a resenha maior – comente falando. Caso tenha apreciado este novo jeito comente também, sua opinião é a melhor parte do negócio, bonne lecture!

5 comentários:

  1. Adorei a resenha, Caíque.
    Fica bom mesmo, desse jeito.

    Derretida pelo trecho

    "- Nunca amei você mais do que a amo nesse exato segundo. E nunca vou amar você menos do que a amo nesse exato segundo [...]
    -Isso é uma promessa?
    Apertei a mão dela.
    - Não solte. Nunca."

    Eu quero tanto este livro que chega a martelar no peito!

    Beijos!!

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  2. Oi!!
    Adorei a resenha, só me deixou com mais vontade de ler esse livro!
    Beijos

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  3. A resenha está ótima! Gostei mais desse layout. xD
    Dezesseis luas parece ser realmente um livro muito bom. Da primeira vez que o vi me encantei com a capa e a sinopse. Erros na gráfica acontecem as vezes. Espero que alguém já os tenha avisado para verificarem esses problemas, mas mesmo assim estou louca para ler. rsrs

    Bjss*
    Gabi Lima
    http://livrofilmeecia.blogspot.com

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  4. Também gosto mais desse layout.
    E as resenhas daqui são ótimas, vocês sempre detalham tudo nos mínimos detalhes e eu adoro, simplesmente adoro isso!
    Sou encantada por Dezesseis Luas desde a primeira postagem que li sobre ele, a história me passa uma ideia agradável, o cenário e a narrativa masculina que, assim como você ressaltou, deve ser um dos trunfos das autoras.
    Acho que há um quê de diversão quando os narradores são homens jovens, rapazes. E é sempre interessante para as mulheres adentrarem a cabeça masculina, haha
    A principal aposta, creio eu, é fugir do sobrenatural com protagonista vampiro e bonitão, o que já vale muito.
    Uma boa resenha! :D

    Beijos,
    Ana - Na Parede do Quarto

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  5. Oi,
    Estou lendo esse livro essa semana mas sabe que estou achando muitaaaaaaaaa dificuldade na leitura. Vi muita gente comparar este com os livros de Anne Rice e talvez seja por isso que estou achando complicado eu não sei para mim parece que falta alguma coisa, mais ação talvez por que por enquanto só vi o menino se apaixonar pela garota dos seus sonhos e a garota bem ser supostamente uma incógnita bem grande...Mas essa é minha opinião, não sei se vou conseguir terminar de ler estou apenas na página 100 e parece que não esta rendendo vamos ver.
    Raquel Machado
    Leitura Kriativa

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